Olá, gente, como estão?
Hoje de manhã quando acordei estava nostálgica e me
recordando dos meus primeiros dias e meses usando meu aparelho auditivo.
Como foi para vocês esse primeiro período?
Não vou negar que para mim foi uma experiência única e
renovadora, mas passei por diversos obstáculos. Já contei para vocês a primeira
vez que sai na rua e pude ouvir os sons da cidade perfeitamente, foi
maravilhoso e ao mesmo momento assustador redescobrir os sons. Ouvir bem não
fazia parte da minha rotina e como toda adaptação é complicada a minha não foi
diferente.
Até eu entender como eu me sentia e como meu aparelho
auditivo funcionava passei por muitos contratempos. Uma coisa que sempre
acontecia comigo era esquecer de colocar os aparelhos auditivos de manhã ou de
remover quando ia dormir, nos meus primeiros meses era difícil me lembrar que
eu era usuária de aparelho auditivo.
Você sabia que o cérebro precisa de um período
para se adaptar?
Nós seres humanos somos adaptáveis, nos acostumamos com
várias situações, mas precisamos de um período para digerir as informações e se
entender em um novo contexto. Nosso cérebro necessita de um tempo para
reaprender a ouvi e a interpretar os sons com o aparelho auditivo. Nos
primeiros meses de adaptação eu usava o aparelho auditivo em determinados
períodos do meu dia e fui aumentando com o tempo até conseguir ficar o dia
inteiro.
É importante não tem pressa e não abandonar o seu aparelho
auditivo nesse processo. Conheço muitos amigos que quase abandonaram seus
aparelhos auditivos nesse período inicial de adaptação. Evitar lugares muito
barulhentos também é fundamental para não se estressar e ter paciência.
Como lidar com a aceitação?
Outro fato que foi complicado principalmente para mim foi
me aceitar, eu já havia entendido que precisava usar aparelho auditivo e que
seria o melhor para a minha qualidade de vida. Mas entender e aceitar, é
complementarmente diferente. Me aceitar, encarar o preconceito de frente o que
eu sentia, que seria uma demonstração de fraqueza, ou por vaidade e não querer
mostrar que eu estava envelhecendo. Tudo isso, foram pensamentos que me
deixaram muito mal, foi uma fase triste que precisei do apoio de todos que
amavam.
Contar com a ajuda de amigos e familiares foi essencial no
meu processo de adaptação. Outra pessoa fundamental nessa caminhada foi a minha
fonoaudióloga, ela me auxiliava em tudo e até hoje tira todas as minhas
dúvidas. A regulagem correta do meu aparelho auditivo foi graças a ela e por
isso minha adaptação foi rápida.
Os procedimentos fundamentais na minha adaptação com meu
aparelho auditivo foi ter o apoio da família, dos amigos ouvintes, dos amigos
também usuários de aparelho auditivo que eu fui adquirindo e também da minha
fonoaudióloga. Mas a chave principal foi eu mesma, eu ter paciência com o meu
processo de adaptação e me entender como usuária de aparelho auditivo.
Durante esse tempo de adaptação criei um diário. Todos os
dias anotava descobertas sonoras, sentimentos e que me deixava irritada e
também aquilo que me deixava grata. Além de me ajudar a me compreender melhor
também auxiliou minha fonoaudióloga nos ajustes do meu aparelho auditivo.
Pessoal, fica aqui o relato de hoje e também dicas valiosas
para quem está passando por esse momento.